quinta-feira, 28 de abril de 2016

Quem cuspir primeiro ganha


O ator José de Abreu e o deputado federal Jean Wyllys acertaram seus alvos. Cuspiram em pessoas que, segundo eles, os ofenderam. Ambos foram parar nas redes sociais como aqueles que resolvem seus problemas da forma que melhor lhes convêm.

Em regra, uma cusparada significa injúria (ofensa à honra subjetiva de uma pessoa). Não se trata de difamação porque não envolve a narrativa de fato desabonador. Não é calúnia porque não descreve um delito.

A história dos dois me faz lembrar uma brincadeira corriqueira feita em demasia na década de 80. Quando a galera queria que dois desafetos brigassem e a ‘pilha’-palavra que significava na época incitar- não dava certo, o provocador colocava a mão entre os dois e dizia: “quem cuspir primeiro ganha”. Ato contínuo, quando um dos brigões liberava uns 30% de volume líquido, a mão era retirada e a ‘bordoada cantava’.

Como bem dizia Abelardo Barbosa - o saudoso Chacrinha - “nada se cria, tudo se copia”.

No caso daquele que interpretou Nilo na novela Avenida Brasil e do ex-BBB faltaram argumentos e sobraram destemperos. As reações de quem é ofendido variam de pessoa e de personalidade.

O grande problema é que as cusparadas são apenas o ‘pano de fundo’ para a verdadeira crise de intolerância por que passa uma parcela considerável da população brasileira.

Vale ressaltar que não estou me referindo a pessoas sem conhecimento médio. A maioria que cospe, xinga devotos de religiões contrárias às suas, bate em homossexuais, depreda prédios públicos e pratica todos os crimes raciais possíveis, são cidadãos que se dizem ‘intelectuais’.

Os brasileiros passam por um surto de caretice tão grande que até os humoristas estão acuados, diante dos contraataques sofridos quando criam piadas que vão de encontro aos interesses, crenças e linhas políticas de alguns ‘intelectualóides’.

As cusparadas de José de Abreu e de Jean Wyllys são marcos? Não, claro que não. São atitudes que refletem o clima de animosidade que tomou de assalto do Brasil, desde que um partido perdeu a eleição para outro, situação natural em países de regime democrático.

O clima de torcida organizada é reflexo de uma sociedade que está regredindo do ponto de vista do diálogo e da respeitabilidade quanto ao pensamento alheio. Sentar-se à mesa com alguém e ter opinião contrária não quer dizer que tenhamos que, ao fim do jantar, levantar e declararmos em alto e bom som que somos inimigos declarados.

No caso do ator José de Abreu há sim, uma reação de destempero. Porém, a situação de Jean Wyllys - que cuspiu em Bolsonaro - é apenas mais uma faceta desses atores que se dizem representantes da ala GLBT e da família tradicional.

Para que os seus nichos não se diluam, ambos, de forma inteligente e mordaz, alimentam essa inimizade teatral para o deleite das torcidas clubísticas que sem o poder de dialogar, resolveram se tornar o querosene que estimula o fogo.

Cláudio Andrade.

Um comentário:

Adriana disse...

Estou aqui representando o grupo de professores convocados e não empossados concurso 2012 . o prazo de validade já vai expirar e nada acontece muito já correram a Justiça porém lenta e sem sucesso precisamos de orientação o que devemos fazer VC poderia nos ajudar?? Tem um ação pública em relação concurso 2012 educação que está parada a 4 meses será que podemos ter esperança neste processo estamos muito chateado com tudo isso por favor se poder nos orientar agradecemos meu contato999146652 grata