terça-feira, 22 de setembro de 2015

Casos de meningite e tuberculose no HGG assustam funcionários


Funcionários do Hospital Geral de Guarus (HGG) estão apreensivos. É que dois pacientes com meningite — um deles com o tipo mais grave da doença, também conhecida como “meningocócica” — e um com tuberculose estão internados na unidade que não possui uma sala de isolamento adequada. Aqueles que tiveram contato com esses pacientes tiveram que receber profilaxia (medicamento para inibir o contágio), mas eles pedem medidas mais eficientes a fim de evitar novos casos.

Segundo o denunciante, que preferiu não se identificar com medo de represálias, o paciente com tuberculose deu entrada no HGG na semana passada. A doença foi descoberta há poucos dias e o paciente aguarda uma vaga do setor de Doenças Infecto Parasitárias (DIP) do Hospital Ferreira Machado (HFM), que estaria superlotado. Enquanto isso, ele foi levado para a sala onde deveria funcionar o isolamento, setor imprescindível dentro de uma unidade hospitalar. No entanto, o espaço não está de acordo com as normas de saúde: só há uma porta, quando deveria existir duas; não tem chuveiro; falta filtro, etc.

Já uma das pacientes com meningite é uma mulher de 69 anos, moradora de Morro do Coco. Ela deu entrada no HGG no último sábado (19) e foi diagnosticada com meningite viral. No mento, ela está isolada em um dos consultórios médicos que está sendo usado como isolamento. Por fim, o caso de meningite tipo C, ou meningocócica, aconteceu em um adolescente de 16 anos, morador do bairro Jockey Clube. O denunciante, que trabalha no hospital, informou que no exame de Látex foi comprovado que o jovem porta o tipo mais grave da doença. Ele está entubado desde domingo às 18h e o quadro é considerado gravíssimo, com risco de óbito.

Atualmente o adolescente está internado na Unidade de Pacientes Graves (UPG) junto aos outros doentes. Embora ele esteja no respirador, o equipamento não possui filtro que evite a circulação do vírus. As portas da Emergência estão abertas para que o ar circule, mas funcionários e pacientes não usam máscaras e correm o risco de serem infectados. “Esse jovem precisa estar em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com isolamento adequado para que ele sobreviva”, contou. A família dele teria pedido ao médico um laudo para denunciar o caso no Ministério Público.


O denunciante afirmou que os casos de doenças infectocontagiosas são frequentes no HGG, no entanto, a estrutura da unidade não comporta essas enfermidades e os funcionários não recebem os valores equivalentes à insalubridade. “Para solucionar esses problemas, o primeiro passo seria começar obras emergenciais no setor de isolamento. Também é importante preparar os funcionários para lidar com essas doenças e, claro, assegurar os direitos trabalhistas, que exige o pagamento de 40% a mais no salário devido à insalubridade. O risco de exposição é muito grande e algo precisa ser feito com urgência”, declarou.

O jornal Terceira Via procurou a Secretaria Municipal de Saúde. Em resposta, o diretor de vigilância em saúde, Charbell Kury, confirmou a informação, mas disse que os casos ainda são “suspeitos”. De acordo com ele, “o índice de casos da doença, este ano, é 35% menor do que o registrado no ano passado”. No total, quinze casos de meningite foram confirmados em Campos em 2015. Ele informou ainda que “foi feita punção nos dois pacientes com meningite para colher amostras de material, que será enviado, ainda esta semana, para o Noel Nutels, no Rio de Janeiro”.

“No caso da mulher, vamos aguardar os resultados, a fim de decidir quais as próximas providências serão tomadas. No caso do adolescente, já entramos em contato com a família e vamos fazer o bloqueio epidemiológico nesta terça-feira (22) na residência e na escola onde estuda”, afirmou Charbell.

O diretor ainda pediu para que a população se tranquilize. “Não existe nenhum padrão atípico, o que há é uma circulação endêmica, não há necessidade de criar alarmes, e sim, continuarmos atentos, e fazendo a prevenção”, explicou.

Rio de Janeiro

De acordo com a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, entre 1º de janeiro e 28 de agosto de 2015, foram notificados 119 casos de doença meningocócica em todo o estado. Os números foram inseridos no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) pelos municípios. Ao longo de 2014, foram registrados 234 casos da doença em todo o estado.

Terceira Via.

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