sábado, 29 de agosto de 2015

Campos e suas mazelas sociais


Nas minhas andanças pelo município de Campos dos Goytacazes, com a equipe do “Programa Cláudio Andrade”, constatei que as nossas localidades não estão recebendo, do poder público municipal, a atenção mínima necessária para que a dignidade da população seja assegurada.

Não estou me referindo a grandes estruturas rodoviárias, educacionais e de saúde. Falo do básico, ou seja, do mínimo existencial necessário para que um ser humano possa pelo menos, ficar de pé.

O intenso processo de expansão urbana de nosso município não teve de nossos últimos gestores, um planejamento que protegesse o povo de vários problemas como poluição, congestionamentos, ocupação irregular do solo, violência e da destinação inadequada dos resíduos sólidos, por exemplo.

Além disso, a ausência de saneamento básico, em centenas de localidades de Campos, vem deixando a população mais carente entregue a própria sorte e com risco de serem contaminadas por amebíase, ancilostomíase, ascaridíase, cisticercose, cólera, dengue, diarréia, desinterias, elefantíase, esquistossomose, febre amarela, febre paratifóide, febre tifóide, giardíase, hepatite, infecções na pele e nos olhos, leptospirose, malária, poliomielite, teníase e tricuríase.

Essas enfermidades são aquelas que irão contribuir para a lotação dos corredores dos hospitais públicos que já estão em colapso e também com o aumento da mortalidade infantil.

Para que as enfermidades ou os riscos de contágio sejam reduzidos ou extintos é urgente uma ação pública envolvendo várias secretarias municipais para que a população tenha acesso à água potável, tratamento correto do esgoto (seja ele doméstico, industrial, hospitalar ou de qualquer outro tipo), destinação e tratamento do lixo, drenagem urbana, instalações sanitárias adequadas e promoção da educação sanitária (que inclui hábitos de higiene), entre outras ações.

Por enquanto, essas ações não foram feitas e a Prefeita Rosinha prefere investir em ações ‘sociais’ paliativas que não aumentam o nível saudável de vida dos campistas. Pelo contrário, os tornam cada vez mais dependentes, sem que muitos, por total desinformação, sequer sabem do mal pelo qual estão sendo submetidos.

A alimentação escolar é outro ponto de relevância que precisa ser debatido por todos, sob pena de omissão indesculpável.

Os gestores municipais de Campos dos Goytacazes precisam entender, de uma vez por todas, que uma alimentação escolar de qualidade é um instrumento fundamental para a para a promoção da segurança alimentar das crianças e jovens.

Aqui, na terra de Benta Pereira, a merenda escolar, segundo informações repassadas a essa Coluna por professores está muito distante do ideal e isso pode comprometer, em demasia, o desempenho escolar de milhares de crianças matriculadas em nossas escolas públicas.

O futuro de nossa população passa pela discussão de temas como os levantados acima. Enquanto alguns continuarem ignorando nossos flagelos sociais estaremos contribuindo para a manutenção de políticas públicas imediatistas ofertadas em doses homeopáticas por administrações que se rotulam como populares.

Cláudio Andrade.

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