segunda-feira, 13 de julho de 2015

Quando o cidadão é massa de manobra


Não restam dúvidas de que os bens essenciais que custam mais caro estão entregues nas mãos dos políticos: saúde, educação, trabalho e segurança pública. Bens que reputo como cruciais e pertencentes a áreas cada vez mais dependentes do aval político para o desenvolvimento necessário.

Esses bens (garantidos pela Constituição Federal) nem sempre chegam com a eficácia esperada aos cidadãos. A mídia (em suas modalidades impressa, radiofônica, televisiva e online) noticia, diariamente, problemas estruturais e de comando dentro dos setores que administram esses bens.

Devido à estrutura política nacional, grande parte dos cargos de comando das áreas referentes a esses bens é preenchida por indicações político-partidárias.

Muitos nomes são bem-vindos, mas outros se revelam verdadeiros desastres administrativos que, aliados à base física humana precária, formam um cenário apocalíptico.

Pode-se constatar que a sociedade brasileira é refém de um sistema dependente no que tange à prestação de serviços públicos.

O fato de os cargos de chefia dessas áreas serem ocupados por indicados ou pelos próprios detentores de mandato (licenciados) torna a viabilização dos serviços uma incógnita.

Nobres leitores! Estamos falando de uma obrigação do Estado e NÃO um favor. O fato de sermos contribuintes já nos confere o direito de benefício pelas ações promovidas pelos Governos Federal, Estadual e Municipal.

É inegável que é preciso um trabalho árduo para que a engrenagem esteja a contento.

Por outro lado, a aparente desordem estrutural (vista a “olho nu”) pelo país afora nos traz a sensação de que há uma distância abismal entre o “prestar” e o “receber”.

Essa distância abismal abre brecha aos detentores de influência que se encontram na lacuna entre o “prestar com qualidade” e o “receber com celeridade”. Trabalham no vácuo entre a prestação e a satisfação.

São travestidos de agentes públicos, efetivos ou não, e transformam o que deveria ser uma relação saudável entre o poder público e o cidadão em um “sistema de benesses”.

Isso foge do escopo legal de reverter ao cidadão o que ele paga ao Estado.

Esse quadro piora com a descontinuidade dos serviços públicos e dos projetos sociais implantados por um chefe de executivo devido a disputas político-partidárias.

Uma ação social (como a construção de casas populares) sempre correrá o risco de ser interrompida caso o gestor do momento não seja reeleito ou não consiga eleger seu sucessor.

Esse temor é inconcebível! Trata-se de um sinal de que, para vários homens públicos, o cargo é para fim individual e o cidadão, apenas uma “massa de manobra”.

É imperiosa uma vigília contundente da sociedade civil organizada e da Justiça para que essas deficiências sejam combatidas por mãos firmes, compromissadas com o bem maior, que é a prestação dos bens essenciais à vida dos cidadãos. E para que saia da mão DELES e esteja ao alcance das NOSSAS.

Cláudio Andrade

2 comentários:

Anônimo disse...

Claúdio, a inércia de todos nós acerca da péssima prestação de serviços do Estado, talvez seja o problema mais grave a enfrentar. Somos pacatos, conformados e inoperantes diante das situações as quais somos expostos em todas as esferas de poder! A corrupção é inerente à prestação de serviços públicos! Temos, como sociedade civil, que nos organizar e EXIGIR DO MP QUE TOME AS MEDIDAS QUE FOREM NECESSÁRIAS, para que essa situação cesse! É dever do Estado fazer e nosso fiscalizar!

Luciana Soares Marques disse...

Já passou da hora dos "indignados" fazerem uma AÇÃO CIVIL PÚBLICA contra quem administra mal a nossa PMCG.