sexta-feira, 19 de junho de 2015

Presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez são presos pela PF na Lava Jato

Foto de Marcelo Odebrecht

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal afirmaram nesta sexta-feira (19) que as empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez, alvo da 14ª fase da Operação Lava Jato, agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras. Esse diferencial, de acordo com o Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador do MPF, estava no pagamento de propina a diretores da estatal via contas bancárias no exterior.

A 14ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada nesta sexta-feira em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul e teve como alvo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça, até as 10h50, nove foram cumpridos, conforme a Polícia Federal.

Entre os detidos, estão:
Odebrecht
Marcelo Odebrecht, presidente
Alexandrino Alencar
Márcio Faria
Rogério Araújo

Andrade Gutierrez
Otávio Marques Azevedo, presidente

Todos os presos serão levados para a carceragem da PF, em Curitiba, ainda nesta sexta-feira. Segundo o delegado Igor Romário de Paula, o deslocamento será feito com um avião da PF no final da tarde. (Veja a baixo o posicionamento das empresas)

Essa nova etapa, conforme os investigadores, é uma continuidade da 7ª fase da Lava Jato onde diversos executivos e também funcionários das maiores empreiteiras do Brasil foram presos. Enquanto essas empresas tinham o doleiro como Alberto Youssef como operador do esquema de corrupção na Petrobras, a Odebrecht e Andrade Gutierrez promoviam a lavagem de dinheiro com depósitos no exterior.

“Uma série de colaboradores que no indicou o caminho dos valores no exterior e isso facilitou e chegamos a este momento que nós definimos a necessidade de prisão destas prisões”, disse o procurador.

Segundo ele, não há dúvidas de que ambas capitaneavam o esquema de cartel e corrupção na Petrobras. Para ele, não adianta as empresas negarem a participação.

O procurador acredita que a decisão das empresas de não promoverem investigações internas sobre a denúncia é um sinal de que, de fato, estão envolvidas nas irregularidades. “Indica que estava envolvida no negócio ilícito como um todo. Ela não estava sendo usada por alguém, por um gestor”.

O outro lado

Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos.

"Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota.

Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.

"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz a nota.

Fonte: G1 e Folha de São Paulo

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