segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dilma chama Renan Calheiros para evitar derrota de Fachin no Senado


Preocupada com uma possível derrota do governo na aprovação do nome do jurista Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal), a presidente Dilma Rousseff chamou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para fazer com ela uma viagem a Santa Catarina, nesta segunda-feira (11), e discutir a indicação.

Dilma e Renan viajaram juntos no avião presidencial a Joinville, onde participam do velório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), morto no domingo (10). Eles saíram de Brasília às 13h35 e já chegaram ao destino.

Segundo a Folha apurou, a presidente queria falar pessoalmente com Renan sobre Fachin e garantir que o presidente do Senado não só não agirá contra a indicação como também ajudará na aprovação do nome do jurista.

Dilma e Renan foram no mesmo avião, mas foi providenciada uma outra aeronave para levar outros senadores e autoridades e não atrapalhar a conversa dos dois.

Fachin será submetido a sabatina nesta terça-feira (12), às 10h, pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Caso seu nome seja aprovado na CCJ e, depois, pela maioria dos senadores no plenário, o advogado assumirá a vaga deixada pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou no ano passado. A sabatina será transmitida pela TV Senado.

O nome do professor de direito tem encontrado resistências no Congresso e a presidente já manifestou a ministros sua preocupação de ver barrada a indicação.

Na semana passada, por exemplo, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) divulgou parecer encomendado à consultoria legislativa do Senado que dizia que a atuação de Fachin como advogado e procurador no Paraná, entre 1990 e 2006, foi ilegal. Calheiros, por sua vez, emitiu nota para dizer que o laudo da consultoria não representava a posição do Senado.

Dilma chegou a pedir que ministros reagissem aos ataques nas redes sociais, mas foi alertada que uma reação "oficial" não seria de bom tom.

Fachin então se mobilizou para tentar diminuir a rejeição a seu nome. Em vídeos postados na internet, negou ter posições contrárias à família e se defendeu da acusação de que seria ilegal ter atuado como procurador e advogado durante o mesmo período no Paraná.

Folha de São Paulo

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