sexta-feira, 18 de junho de 2010

NA FESTA INFANTIL


As festas infantis são verdadeiros eventos sociais. Muitas delas assemelham-se aos grandes acontecimentos artísticos, devido ao grande investimento aplicado pelos pais das crianças.

As festas são na verdade aproveitadas muito mais pelos adultos do que pelas crianças. Em algumas ocasiões, a inocente festa de aniversário, se transforma em uma verdadeira ‘Faixa de Gaza’.

Briga-se por tudo. Do melhor presente ao número de fotos que irão sair na coluna social do dia seguinte. Um dos grandes objetos de discórdia é o enfeite de mesa que, muitas vezes, não é lembrança. Precisa ser devolvido.

Muitas mamães não entendem certas ordens expressas e iniciam uma luta ferrenha, quase corporal, pela obtenção territorial da mesa que, uma vez conquistada, ‘abre’ um precedente para a conquista do enfeite.

Na maioria dos embates não há presença dos rebentos. Distraídas por natureza, as crianças já elegeram outros objetos de desejo durante a festa, ao passo que as mães se encontram neuróticas pelo adorno, que pode ser um arbusto de mesa, um macaco de plástico, uma vela, um boneco ou qualquer coisa. Não interessa, vale a sensação ridícula de posse.

Alguns papais evitam acompanhar seus filhos nesses eventos, pois sabem bem, que na hora do ‘arranca rabo’, eles são chamados para tecerem alguns comentários que não desejam. Estão mais envergonhados com a situação, do que encorajados para o enfrentamento.

A determinação de algumas mães é surpreendente e não poupa ninguém. Crianças concorrentes, garçons e as animadoras podem se transformar em adversários em potencial, passíveis inclusive de ameaças veladas ou de uma ligeira cutucada.

A hora dos parabéns é um momento peculiar. Enquanto as crianças e os pais do aniversariante estão ao redor da mesa com o sorriso ‘congelado’ para as fotos, as mamães que ainda não conseguiram conquistar o troféu da mesa partem para o derradeiro ataque. Invadem, de forma discreta, a mesa alheia que, desguarnecida da mãe vigia, tem o seu enfeite levado de forma imediata, para dentro do carro antes que alguém note.

Ainda bem que isso é apenas uma humilde crônica e nada tem a ver com a realidade em que vivemos. Qualquer semelhança é mera conscidência.

Coisas do cotidiano.


Cláudio Andrade.


2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei e tem umas que não se contentam em levar só um adorno, querem mais. Conheço uma que tem um armário cheio dessas lembrancinhas, conquistadas como um troféu.

Unknown disse...

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